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Structogram: Fundamentos Científicos e o Conceito de Bioestrutura

I) Enquadramento

O Structogram é um sistema de formação e de desenvolvimento de competências interpessoais fundado, cientificamente, nos estudos de Paul McLean (reputado médico e neurocientista americano) sobre o cérebro trino (triune brain), na neurociência, na biologia molecular e na genética comportamental, que propõe a “divisão” do cérebro em 3 áreas funcionais: Cérebro Reptiliano, Cérebro Límbico e Neocórtex.

A forma como estas áreas interagem entre si dentro do cérebro, é geneticamente determinada e designa-se por bioestrutura. É imutável e difere de indivíduo para indivíduo.

O Structogram propõe uma abordagem neurocientífica para o desenvolvimento pessoal e interpessoal, utilizando o conceito de bioestrutura. Através da realização de uma análise bioestrutural, é possível identificar o “código genético” da personalidade e aprimorar a comunicação, o relacionamento interpessoal, bem como favorecer o desenvolvimento de outras habilidades sociais. 

O sistema de formação Structogram é utilizado em mais de 25 países em inúmeras organizações, para reforçar a habilidade relacional, desenvolver o estilo de liderança, melhorar a habilidade comercial e favorecer a eficiência coletiva. 

II) Fundamentos Científicos do Structogram 

A Teoria do Cérebro Trino de Paul McLean

A teoria do cérebro trino foi proposta pelo neurocientista Dr. Paul D. MacLean em meados do século XX. Esta teoria é uma das contribuições mais significativas para a compreensão da evolução do cérebro humano e da sua organização funcional. A ideia central da teoria é a de que o cérebro é composto por três sistemas evolutivos distintos, cada um com as suas próprias funções, que coexistem e interagem para moldar o nosso comportamento e cognição.

Os três sistemas cerebrais propostos por MacLean são:

Cérebro Reptiliano (Complexo R)

O cérebro reptiliano é o mais antigo dos três sistemas, encontrado em todos os vertebrados e até mesmo em alguns invertebrados. É a parte mais primitiva do cérebro e está associada às funções mais básicas de sobrevivência e comportamentos instintivos. Este sistema regula as respostas automáticas, como a respiração, o controlo da temperatura corporal e a frequência cardíaca. Além disso, é responsável por comportamentos de luta ou fuga em situações de perigo.

Cérebro Límbico (Complexo L)

O cérebro límbico é uma evolução do cérebro reptiliano e está presente nos mamíferos. É responsável pelas emoções, memória e motivação. O sistema límbico desempenha um papel crucial na formação de vínculos sociais e na regulação emocional. É responsável, por exemplo, pelo vínculo afetivo entre mãe e filho, além de estar envolvido na formação de memórias emocionais.

Neocórtex (Córtex Cerebral)

O neocórtex é a parte mais recente e desenvolvida do cérebro, encontrada apenas em mamíferos superiores, especialmente em humanos. É responsável pelas funções cognitivas superiores, como o pensamento racional, a linguagem, a tomada de decisões complexas e a resolução de problemas. O neocórtex é a região cerebral que permite a aprendizagem, a criatividade e a adaptação flexível ao ambiente.

Segundo a teoria do cérebro trino, estes três sistemas cerebrais coexistem no nosso cérebro e estão conectados por meio de circuitos neurais complexos. Embora o cérebro límbico e o neocórtex se tenham desenvolvido a partir do cérebro reptiliano, eles não o substituíram. Ao invés, estes sistemas evolutivos mais recentes foram adicionados ao longo do tempo, resultando numa estrutura cerebral altamente organizada e complexa.

A interação entre estes três sistemas é fundamental para o nosso comportamento e pensamento. Por exemplo, quando enfrentamos uma situação de perigo, o cérebro reptiliano aciona a resposta de luta ou fuga para nos proteger. O cérebro límbico, por sua vez, está envolvido na experiência emocional associada à situação, como o medo. Enquanto isto, o neocórtex analisa a situação de forma racional e ajuda-nos a tomar uma decisão adequada sobre a melhor ação a ser tomada.

Esta teoria tem implicações importantes para a compreensão de diversos aspectos do comportamento humano, incluindo as nossas emoções, motivações, interações sociais e processos cognitivos. A teoria do cérebro trino fornece uma base sólida para a investigação da neurociência comportamental e ajuda a explicar como o cérebro humano evoluiu para ser a complexa estrutura que é hoje.

III) Bioestrutura e Análise Bioestrutural 

Em cooperação com MacLean, o antropólogo Rolf W. Schirm identificou e definiu traços típicos de personalidade e padrões de comportamento que possuem uma conexão clara com os três cérebros, tendo designado esse sistema de análise bioestrutural. 

Cada pessoa tem uma proporção diferente, geneticamente predisposta, da forma como os seus três “cérebros” interagem entre si. Essa proporção tende a ser constante em adultos e é isso que determina a sua bioestrutura individual. A bioestrutura ou os traços essenciais da personalidade humana resultam, pois, da forma como o cérebro de cada indivíduo funciona, designadamente da forma como percebe o mundo, toma decisões e interage com os outros. Algumas características de cada bioestrutura são:

Bioestrutura de dominância Reptiliana 

Indivíduos com predominância da bioestrutura reptiliana tendem a ser mais empáticos, orientados pelas suas aprendizagens e experiências prévias e focados nas suas necessidades básicas de segurança e sobrevivência. São gregários, avessos à mudança e valorizam a estabilidade.

Bioestrutura de dominância Límbica 

Aqueles com predominância da bioestrutura límbica são mais emocionais e assertivos e têm tendência para a liderança. São motivados por reconhecimento e apreço e tendem a agir de acordo com as suas emoções.

Bioestrutura de dominância Neocórtex

Indivíduos com predomínio na bioestrutura neocórtex são analíticos, racionais e valorizam a busca por conhecimento e lógica. São movidos por desafios intelectuais e preferem informações detalhadas e bem fundamentadas.

A análise bioestrutural é realizada, exclusivamente, em workshops facilitados por Trainers Structogram licenciados.  Uma sequência de perguntas é colocada para determinar o nível individual de influência que cada um dos três cérebros tem sobre uma pessoa. Os resultados são ilustrados usando o disco Structogram exclusivo. O seguinte código de cores tem sido usado com sucesso há décadas: VERDE para o tronco cerebral, VERMELHO para o sistema límbico e AZUL para o neocórtex. Neurotransmissores específicos (homeostase de neurotransmissores) são responsáveis ​​pelo nível de atividade de cada área cerebral individual.

A análise bioestrutural distingue entre a estrutura básica geneticamente predisposta e imutável e as características mutáveis ​​”induzidas pelo ambiente” da personalidade humana. Isso determina quais os traços de personalidade ou de comportamentos podem ser alterados fácil e permanentemente e quais não podem. O Structogram não é uma tipologia rígida. Devido à forma como a análise bioestrutural é construída, há um total de 7.558.272 variantes de seleção, que levam a 412 resultados possíveis diferentes no disco do Structogram.